O feriado do dia 21 de abril faz parte do conjunto de datas cívicas sugerido pela Igreja Positivista do Brasil (IPB) ao Governo provisório de 1889 para compôr o primeiro calendário republicano brasileiro.
O feriado de Tiradentes foi proclamado por decreto em 1890. A IPB se mobilizou para promover a memória do herói da Conspiração mineira, cuja comemoração deveria celebrar todos os “precursores da Independência brasileira”.
Nos acervos conservados na sede da instituição permanecem os registros desta mobilização. José Mariano de Oliveira (1855-1930) compôs a ode À Tiradentes (1898), publicada no folheto ao lado. Engenheiro, ele foi o primeiro integrante da Igreja Positivista do Brasil, a qual se afiliou desde sua criação, em 1881. José Mariano também foi concunhado dos fundadores da IPB, Miguel Lemos (1854-1917) e Teixeira Mendes (1855-1927), tendo o trio se casado com as três irmãs Torres de Carvalho, respectivamente Elvira, Albertina e Ernestina. Os acervos também conservam o suposto leito de morte de Tiradentes assim como retratos de autoria de Décio Villares (1851-1931), inventor da primeira imagem do herói da nação republicana. Os retratos foram executados em 1890 para acompanhar uma procissão pública ; a representação de Tiradentes em mártir viria a se impôr no imaginário coletivo nacional.